O que é a espiritualidade e ser espiritual?
Um destes dias, numa consulta, a cliente questionava-se sobre o que é a espiritualidade e ser espiritual. Tenho vindo a refletir sobre isto ao longo dos anos, até pelas escolhas que tenho feito e pelas experiências vividas.
Fui para casa a pensar e concluí que, atualmente, para mim, ser espiritual é ser um bom ser humano (ou o melhor que conseguirmos). Todos somos muito “falhos” e imperfeitos. E acredito que estamos nesta vida para sermos pessoas melhores. Em quase duas décadas de terapias, tenho assistido a muita coisa, e a muita coisa que me desagrada.
De que adianta vestir-me ou falar de certa forma, meditar ou frequentar cursos se, depois, não tenho respeito pelos outros seres humanos, não cumpro horários de consultas, não faço um trabalho rigoroso e sério?
A espiritualidade, para mim, é um caminho muito pessoal e solitário. Não depende de fora, de nenhum “mestre” humano, nem de nenhuma cartilha rígida ou fundamentalista que me diga como ser, o que comer ou como me vestir.
Ir-me pacificando interiormente, melhorar as minhas relações, refletir sobre as minhas ações, estar consciente de que dei o meu melhor a cada ser humano que me procurou (mesmo que não tenha corrido como eu queria) faz-me sentir mais próxima da espiritualidade.
É a reflexão da semana. Perdemos muito tempo a discutir o que é ser isto ou aquilo; qual é a melhor terapia ou o melhor terapeuta; quem é mais “iluminado”… e esquecemo-nos do principal. A quem presto contas ao fim do dia, quando deito a cabeça na almofada? Consigo ir sendo um bocadinho melhor pessoa à medida que a vida passa?
Cada um de nós, com as suas limitações, está numa caminhada de altos e baixos, em que tem de sentir como quer levar a sua vida a cada momento, de acordo com os seus princípios e valores.
No meu caso, entre altos e baixos, presto contas a mim própria e a algo mais acima que eu não consigo explicar (nem pretendo), mas que sinto que existe. Tenho uma vida de “pessoa normal”, que tenta estar no seu melhor de cada vez que trabalha com os outros e, no resto do tempo, vive, erra, aprende, evolui.
E desse lado? O que pensam sobre o tema?
Boa semana e até à próxima segunda feira!
Abraços
Sofia Frazoa
