O direito à opinião

Felizmente, todos temos o direito a ter opinião, assim como a liberdade de expressá-la. Quando e de que forma o fazemos é outra questão, eventualmente equivocada nos dias que correm.

Como bem sabemos pelo dia a dia, há quem não se iniba de dizer o que quer sem qualquer responsabilidade emocional. “Sou uma pessoa muito sincera!” ou “Na minha idade já não tenho filtros!” são justificações que ouvimos de quem diz tudo sem limites.

A reflexão desta semana não pretende questionar o timing, a educação, o respeito ou a empatia que dar a nossa opinião devia implicar. Assumindo já que muitas das nossas interações nos vão dizer o que lhes apetece, tenhamos ou não pedido a opinião, o mais importante é saber como reagimos.

Devemos possibilitar que as pessoas expressem a sua opinião, e até podemos aprender com elas, mas não podemos deixar que as opiniões dos outros nos “entrem pela pele”, nos magoem ou se entranhem em nós.

Uma opinião é uma construção decorrente da experiência de vida, educação, valores e visões de uma pessoa. E todos vemos o mundo de formas diferentes, com os nossos próprios óculos, e a carregar as nossas bagagens.

Deveríamos ser como as tartarugas da imagem, a fazer, tranquilamente, o seu caminho com a sua carapaça dura.

Sobretudo num momento planetário em que as opiniões são como flechas desorientadas a cruzarem-se no ar. Temos de cuidar para que não nos atinjam ou, se atingirem, não furem a carapaça.

Sobre este tema, é comum sentirmos incómodo por várias razões:

– ouvir opiniões desajustadas quando nem sequer as pedimos;

– ler “opiniões” (?!) arrasadoras nas redes sociais, por vezes sobre pessoas e temas que mal se conhecem;

– confundir-se “opinião” com facto ou verdade absoluta;

– impedirem-nos de ter opinião, sobretudo em temas importantes e decisivos.

O que vos incomoda sobre este tema? Que estratégias usam para lidar com isso? Se vos apetecer partilhar, deixem um comentário.

Nem sempre conseguimos ser uma tartaruga com uma bela carapaça resistente, mas podemos treinar para ficar cada vez mais imunes ao direito que todos temos – e ainda bem – a dar a nossa opinião.

Até à próxima segunda feira!
Boa semana
Sofia Frazoa

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