Vestes a pele de salvadora? Esta reflexão é para ti
Quantas vezes já tentámos “salvar” os outros e, quando demos conta, estávamos a ser levadas com eles para o fundo do poço? Sempre ouvi as máximas de que “ninguém salva ninguém” e “não se consegue salvar quem não quer ser salvo”.
A reflexão desta semana é para quem veste muitas vezes a capa de “salvadora”. Há pessoas viciadas na vitimização e na desgraça que é as suas vidas, mesmo que tenha sido uma consequência de várias escolhas. As pessoas no lugar da vítima dificilmente vão sair dali se lhes dermos a mão. Pelo contrário, vão puxar-nos com tanta força que nos arrastam com elas.
Para quem tende muitas vezes a entrar no papel de salvadora, as primeiras perguntas são as seguintes: qual é a origem dessa tendência em nós e o que pretendemos realmente com isso?! Respondidas estas perguntas, é importante mudarmos o foco para nós: como me posso salvar e o que preciso de fazer para sair deste papel inútil e, com o tempo, autodestrutivo?!
E há outra reflexão para quem tem feito o seu trabalho de consciência e de crescimento pessoal, com a terapia em dia. Lembram-se do quanto doeu e custou (a vários níveis) sair desse lugar de vítima para um lugar transformador de empoderamento e de libertação?! Não é justo apagarmos tudo isso e deixarmo-nos arrastar por quem não fez ou não quer fazer o seu trabalho. Dar a mão para o outro se levantar é uma coisa; tentar fazer o caminho por ele e ser arrastada para o fundo do poço, é outra completamente diferente.
É esta a mensagem da semana. Sermos as arquitetas das nossas vidas, fazermos o que pudermos para largarmos padrões de vitimização, de boazinhas e de salvadoras, assumirmos o nosso poder pessoal e as rédeas do nosso destino. Se ninguém salva ninguém, também ninguém de fora nos virá salvar. Resta-nos olhar para dentro e ativarmos essa força em nós. E assim estamos mais próximo de termos relações construtivas, saudáveis e enriquecedoras.
Até para a semana!
Sofia Frazoa