Que preço pagas para seres fiel a ti mesmo?

Que preço estamos dispostos a pagar para sermos fiéis a nós próprios, seja na profissão, relacionamentos ou modos de vida? Talvez facilite se estivermos alinhados com o que é convencional ou socialmente aceite.

Mesmo assim, a competição é muita e a negociação é posta à prova e tem de ser revista constantemente. Negociar entre o que sentimos que somos, o que esperam de nós e o que decidimos que queremos ser, custe o que custar.

Sempre fui uma pessoa integrada e aceite pelos pares, mesmo que muitas vezes me tenha sentido deslocada. Mas isso era porque a forma como via – e vejo – o mundo nem sempre coincidia com o que era evidente aos olhos. Ou seja, era mais uma sensação interna de “não pertença” do que uma realidade.

Aos 7 anos queria ser jornalista e cumpri esse sonho, alegremente, com dedicação e rigor. Também cedo quis ser terapeuta, em áreas mais “alternativas” ou menos “explicáveis”, e sempre soube que o meu caminho passaria por aí.

Ser jornalista, há uns anos, dava um estatuto (atualmente, é muito diferente) que as terapias, à partida, não davam por serem “alternativas”. Quando o que nos move são necessidades de realização profundas, vindas de dentro, não é de estatuto que se trata. Mesmo assim, há um preço a pagar se a nossa escolha causar estranheza ou espanto.

“Sofia… mas não gostavas de tirar um curso de Psicologia, como tiraste de Comunicação?!”, perguntam-me às vezes. Apesar de já ter pensado nisso, a verdade é que não sinto que o meu caminho passe por aí. Como não sinto em tantas outras coisas.

Quem me conhece sabe que me dedico a este caminho mais “alternativo” com a mesma alegria, dedicação e rigor com que fiz reportagens ou entrevistas. Para mim, nada tem de alternativo.

A reflexão desta semana é que pode haver preços elevados para seguirmos os nossos sonhos. Temos de saber se podemos e se queremos arriscar pagá-los. Nesta caminhada de nos cumprirmos, desiludimos pessoas, recusamos relações e trabalhos, enchemo-nos de coragem para arriscar sem garantias. Mas não nos perdemos de nós, nem morremos por dentro. E isso, no fundo, talvez seja o mais importante.

O que pensam sobre este tema?

Até à próxima segunda!
Boa semana
Sofia Frazoa

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